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 O grupo, formado por pessoas de diferentes países deveria, sem o uso da fala, cumprir uma tarefa: partindo da observação, identificar a nacionalidade uns dos outros. De pronto fomos identificados. Por que? “Vocês têm o jeitinho brasileiro”.
A busca por entender a resposta conduziu-me ao conceito de cultura: “o complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridas pelo homem como membro dede uma sociedade”.
Na base da cultura estão os valores, referências de uma sociedade, grupo ou organização. A cultura expressa e materializa aquilo que se considera importante, essencial.
No mundo coorporativo cultura é o conjunto de valores expressos em elementos simbólicos e práticas que, em sua capacidade de ordenar, atribuir significações, construir a identidade organizacional, tanto agem como elementos de comunicação e consenso, como expressam e instrumentalizam relações de dominação”.
O mapeamento dos cinco principais traços e características do estilo brasileiro de administrar, possibilita-nos ir além, entendendo a alma do povo brasileiro, tendo em vista colaborar na superação de tantos problemas.
1º Hierarquia: Temos a tendência à centralização de poder nos grupos sociais; distanciamo-nos dos diferentes e, mais, dos contrários; os classificados como ‘inferiores’ aceitam passivamente esta condição;
2º Personalismo: Nossas relações são profundamente marcadas pelo domínio do afeto e paternalismo. Em geral, não perseguimos metas e objetivos de forma imparcial; burlamos regras, queimamos etapas, mentimos e omitimos, favorecemos ou desfavorecemos alguém conforme nosso envolvimento afetivo.
3º Malandragem: Sujeitamo-nos a tudo a fim de que nossos objetivos sejam atingidos. ‘Jeitinho brasileiro’ é sinônimo de malandragem, revestida de flexibilidade, buscando sempre, levar vantagem sobre os demais;
4º Sensualismo: A sedução, da intelectual à física, está entre os principais artifícios em nossas relações;
5º Aventureiro: O espírito aventureiro, revestido por uma capa de otimismo revela que somos exímios sonhadores, porém, nada disciplinados, não materializamos a consecução de objetivos em estratégias. Somos avessos ao esforço, ao trabalho manual e metódico. Em geral, vemos trabalho como sinônimo de castigo;
Tenho vergonha do ‘jeitinho brasileiro’. Os traços e características comportamentais atrelados a este simpático, porém, depreciativo conceito, cujas raízes foram lançadas nos primórdios de nossa história, revelam o quanto ainda temos a superar, tanto individual quanto coletivamente.

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