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Ver Para Crer, Marcos


Valter Luiz

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por Mauro Beting em 11.dez.2012 às 11:06h
 
No final de outubro o fotógrafo César Greco, a editora Márcia Batista e o eterno Marcos Roberto pediram a meu pai o prefácio de “Amém, Marcos”, o livro oficial de fotos do santo, editado pela Universo dos Livros.
Joelmir estava de volta ao hospital de onde não sairia mais. Não tinha condição de escrever por mal conseguir falar de tão debilitado estava. Mas fez absoluta questão de, juntamente comigo, escrever o prefácio abaixo.
Mais, creio, não preciso dizer. A não ser obrigado a todos. E ao tudo que continua sendo Marcos.
 
“Ver para crer” é o título do prefácio. O último trabalho assinado pelo meu pai.
 
Fui coroinha e secretário de um brasileiro cuja vida está sendo estudada pelo Vaticano em um processo de beatificação. O Padre Donizetti, lá de Tambaú, interior de São Paulo, minha terra. Como a sua Oriente, Marcos. Ao lado daquele homem de Deus vi e vivi muitas coisas que não têm explicação. Apenas fé. Como muitas de suas ações, defesas, palavras e orações em 20 anos de nossa paixão – Palmeiras. Para quem viu de perto o que o Padre Donizetti fez pelos romeiros em Tambaú, para quem torceu de perto como um devoto do anjo da guarda palestrino, atesto e dou fé que conheço duas pessoas abençoadas. Você pode até não achar. Mas, para nós, palestrinos de verde e de credo, doentes de paixão, você é são. Você é santo.
Fui repórter esportivo por cinco anos. Vi em 1961 o Pelé fazer um gol no Maracanã que me inspirou a dar uma placa a ele. A que gerou a expressão “Gol de Placa”. Desde que o vejo na nossa meta, a partir de 1996, gostaria de ter continuado na imprensa esportiva só para coroá-lo de honras. Especialmente na Libertadores de 2000, contra quem não preciso dizer. Mas, pensando bem, melhor ter seguido como jornalista econômico. Assim nunca o critiquei pelas poucas falhas na carreira limpa como o caráter. Apenas o aplaudi pelas defesas do tamanho do nosso clube. Não precisei ter o dever da crítica. Apenas o prazer, o privilégio e a honra de ser mais um devoto de São Marcos do Palestra. Do Pacaembu. De Yokohama. Do mundo todo que foi seu em 2002.
Como maravilhoso santo de casa, você não fez milagres apenas em nosso lar. Você fez de tudo em outros campos e cantos.  Por estes dias e semanas estou bem perto do Morumbi onde você foi canonizado, em maio de 1999. Estou de cama tentando melhorar de uma doença complicada. Por isso escalei o Mauro que você conhece para me ajudar a botar no papel um pouco do tudo que você fez por nós. Meu filho que costuma dizer que você – Marcos – e eu  -  Joelmir – somos as pessoas que melhor o defenderam na vida.
Por isso te peço, Marcos, que você me dê mais uma vez a mão. Uma força. Para me erguer de onde estou e poder celebrar com meus filhos e netos mais uma grande vitória pela sua santa proteção.
Não é milagre. É fé. É trabalho. É esperança. É superação. É tudo que o Palmeiras me ensinou. É tudo que você deu ao Palmeiras. Quando temos para nos defender pessoas como você, com a paixão com que você se dedicou, com o amor que nos deliciou, sei que tudo já deu certo. Que ninguém que nos ataca vai vencer. Que só quem defende e ataca por nós será inatacável.
Seu Marcos, você pode não ser santo, mas sei que você faz milagres. Você pode não recuperar quem não está bem. Mas nunca é doente quem é Palmeiras. Sadio é quem torceu por você.
Tenho uma frase que foi reproduzida no vestiário do velho Palestra: “Explicar a emoção de ser palmeirense a um palmeirense é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense… É simplesmente impossível”.
Explicar a emoção de torcer por Marcos é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense… Meus pêsames.
Parabéns, amigo. Obrigado por tudo e por essas imagens que, mesmo vendo, a gente ainda não acredita. Mas como é Palmeiras, eu boto fé. Sempre creio no nosso time.
Até quando duvido de Deus (que é pecado), sei que temos alguém para nos salvar. Alguém para nos defender. Alguém como Marcos.
Em nome do Pai da Bola Waldemar, do Filho do Divino Ademir, e do Espírito São Marcos, amém.
 
Joelmir Beting, palmeirense há 75 anos, jornalista há 55
 
 
 

Mauro Beting. Neto, filho, sobrinho, primo, e irmão de jornalistas, Mauro Beting está na imprensa por esporte desde 1990. Fez curso de arbitragem para aprender a ser xingado, fez curso de treinador para aprender a ser chamado de burro, e tenta não ser clubista, bairrista e achista no meio mais passional, parcial e subjetivo que existe. Comenta futebol na Rádio e TV Bandeirantes, e na TVLANCE! e RádioLance!; apresenta futebol no Esporte Interativo e no Bandsports; escreve futebol duas vezes por semana no LANCE!. Escreveu nove livros. Está roteirizando e dirigindo documentários esportivos. Neste blog quer blagues (comentários com humor). Nesta vida quer futebol.

maurobeting@lancenet.com.br

 
 
 
 
 
 
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