O Presente
Quando as luzes dos enfeites natalino começam a aparecer nas lojas é o sinal do comércio para você se lembrar do presente. A lembrança vem na propaganda bem feita com mulheres sensuais que insinuam o carro, as curvas e a viagem na fantasia do sonho. Na boneca que encanta a menina, no perfume que exala o cheiro da nova mulher, na self do celular fixa para sempre o tempo que não para, no luxo que o consumismo desenfreado e incentivado pode comprar.
Todos sonham em ganhar presentes, seja dos pais, do namorado(a), marido ou esposa ou do amigo(a). Todos saem às compras, é Natal.
Natalino, hoje sonha em ganhar presente, ontem não sonhava em presente comprado em loja. A família recuperou o crédito com os saques do FGTS que alivia hoje, mas compromete a poupança futura. Natalino, já pensa que se sua data natalícia fosse outra haveria a possibilidade de ganhar mais presentes. Já Messias, que nasceu no Natal ganha dois presentes porque nasceu em família abastada. Ambos cresceram sonhando com os presentes.
Muitos não sonham com presente em momento algum, são os que foram esquecidos pelo sistema que os mantém ainda no lado escuro que a luz da fraternidade ainda não iluminou. Será o sistema perverso ou o homem?
O apreço tem seu preço.
Muitos tiveram como presente coisas que não se compram em lojas, nem coisas que deixam as pessoas contentes por um tempo, não é objeto concreto. É a vida, é o conhecimento, é o aceno ou o sorriso. É o regozijo na felicidade da paz de espírito. Isso não tem preço como não tem preço a garantia à saúde ou a segurança que o sistema deveria prover.
Nos presentes, muitas vezes a grande ausência é o sempre presente: Jesus. Coisas do homem... sempre presente.